
Policial precisa investir em conhecimento.
Após discutirmos sobre a importância de um "corpore sano", precisamos investir também numa "mens sana" e fechar esse combo. Afinal, não queremos que os coleguinhas pensem que você é apenas um corpinho bonito, não é mesmo?
Sério que você achou que não precisaria mais estudar na vida, após aprovado no concurso? Sabia que algumas polícias exigem que seus policiais façam cursos inclusive para promoção na carreira? É... Quase uma tortura aquele de "suprimento de fundos", verdade, mas não é disso que estou falando.
Quando você realmente entrar para a polícia (lembrando que "tornar-se policial" é uma coisa, tornar-se um servidor público, é outra bem diferente), você vai sofrer um bombardeio de novas ideias e concepções. Para que esse processo de mudanças seja saudável, titia recomenda que você faça ótimos cursos, leia bons livros, investigue "por que isso é assim?", questione as idéias dos professores (depois do CFP, pode!). Estude. Eventualmente, você vai precisar defender seus pontos de vista perante outros colegas policiais, colaboradores, servidores de outros órgãos, cidadãos, autoridades. Esteja preparado. Pare de fazer as coisas no automático, andando no fluxo da multidão e pense. Conheça a legislação afeta ao seu trabalho. Considere suas vulnerabilidades. Confronte suas práticas. Clique nas abas ocultas. E se você discorda, sei lá eu de quê, tá tudo certo, mas discorda por que? Você realmente sabe onde estão fundamentados os teus parâmetros de certo e errado? Espero que não seja nas listas de dicas dos blogs da Internet! Você precisa avaliar constantemente as premissas que te levaram a adotar estes padrões e, então, tirar suas próprias conclusões, porque, se não fizer isso, você vai virar um mero papagaio repetidor das frases idiotas que se ouve por aí.
É bem provável que você passe no mínimo uns cinco anos na sua primeira lotação, concorda? Você pode passar todos esses anos jogando World of Warcraft nas horas vagas, pra que o tempo passe logo, ou talvez possa construir algo mais inteligente e sólido pra levar contigo dessa experiência. Conheça a região onde você trabalha e explore o que essa vivência tem a te oferecer. E então, trace clara e objetivamente seus percursos de curto, médio e longo prazos, porque existe vida após o estágio probatório! Já pensou que talvez este seja o momento mais que oportuno para aprender um novo idioma, uma nova cultura! Tente ver as coisas de um modo diferente.
Já pensou que em cinco anos, você pode fazer outra graduação, um mestrado, um doutorado. Sabia que tem novinho fazendo pós-graduação na Academia? Sabia que tem novinho publicando pesquisas científicas baseadas em dados do trabalho policial? Sabia que enquanto você reclama da distância, do descaso, da diferença, tem gente fazendo excelentes cursos policiais (e novos amigos!) que só são oferecidos aí na sua região? Sabia que grupos de operações especiais estrangeiros vêm fazer cursos no Brasil para dominar artes e técnicas que o PM da sua região aprendeu na infância?
Reflitam, porque na pior das hipóteses você vai se tornar uma pessoa muito mais interessante.
Para as meninas, é claro que tenho um bizu especial. Não é por acaso, amiga, que o curso de formação é de quase um semestre em regime semi-aberto, longe do seu habitat natural. "Mais alguém aí foi crucificada pela sociedade por se ausentar do ninho tanto tempo?" Então... sugiro que você avalie bem as oportunidades de crescimento que a polícia pode te oferecer, e selecione aquelas que realmente merecem sua atenção e o preço que está disposta a pagar por isso. Daí, converse com seu namorado ou marido (na verdade deveríamos ter feito isso antes mesmo de começar a estudar para o concurso, não é mesmo?). E decidam juntos como vai ser isso de viajar a serviço, trabalhar até tarde ou em regime de plantão, fazer cursos fora, continuar estudando, enfim... organize essa parte antes, ajuste esses ponteiros com antecedência, pra evitar muito estresse, crises e confusões desnecessárias quando as oportunidades profissionais baterem na sua porta. E vão bater! Caso você tenha filho pequeno, amiga, é imprescindível que vocês montem um "staff" de confiança pra dar apoio quando você precisar. Super invista nisso, pois mãezinhas policiais precisam ter Plano Alfa, Plano Bravo, Plano Charlie... sempre! Levem em consideração tudo isso antes de montar sua estratégia de escolha de lotação e divirta-se! Não estou dizendo de jeito nenhum que você precisa abrir mão disso ou daquilo, meu ponto é apenas sugerir que você decida conscientemente e conviva bem com suas decisões. Porque, sério, ser mulher na polícia é buscar constantemente um tal de equilíbrio entre a culpa por ter saído e o arrependimento por ter ficado.
Aplaudo de pé a sua história de vida, Doutora Joana D'Arc. Olha bem o nome da guerreira!!! E parabéns, também, para a incrível sabedoria iluminada da sua mãezinha que soube aproveitar os jornais da casa da patroa para te ensinar a ler. Uma belíssima e inspiradora parceria entre mãe e filha.
Aí... é disso que eu tô falando!
É bem provável que você passe no mínimo uns cinco anos na sua primeira lotação, concorda? Você pode passar todos esses anos jogando World of Warcraft nas horas vagas, pra que o tempo passe logo, ou talvez possa construir algo mais inteligente e sólido pra levar contigo dessa experiência. Conheça a região onde você trabalha e explore o que essa vivência tem a te oferecer. E então, trace clara e objetivamente seus percursos de curto, médio e longo prazos, porque existe vida após o estágio probatório! Já pensou que talvez este seja o momento mais que oportuno para aprender um novo idioma, uma nova cultura! Tente ver as coisas de um modo diferente.
Reflitam, porque na pior das hipóteses você vai se tornar uma pessoa muito mais interessante.
Para as meninas, é claro que tenho um bizu especial. Não é por acaso, amiga, que o curso de formação é de quase um semestre em regime semi-aberto, longe do seu habitat natural. "Mais alguém aí foi crucificada pela sociedade por se ausentar do ninho tanto tempo?" Então... sugiro que você avalie bem as oportunidades de crescimento que a polícia pode te oferecer, e selecione aquelas que realmente merecem sua atenção e o preço que está disposta a pagar por isso. Daí, converse com seu namorado ou marido (na verdade deveríamos ter feito isso antes mesmo de começar a estudar para o concurso, não é mesmo?). E decidam juntos como vai ser isso de viajar a serviço, trabalhar até tarde ou em regime de plantão, fazer cursos fora, continuar estudando, enfim... organize essa parte antes, ajuste esses ponteiros com antecedência, pra evitar muito estresse, crises e confusões desnecessárias quando as oportunidades profissionais baterem na sua porta. E vão bater! Caso você tenha filho pequeno, amiga, é imprescindível que vocês montem um "staff" de confiança pra dar apoio quando você precisar. Super invista nisso, pois mãezinhas policiais precisam ter Plano Alfa, Plano Bravo, Plano Charlie... sempre! Levem em consideração tudo isso antes de montar sua estratégia de escolha de lotação e divirta-se! Não estou dizendo de jeito nenhum que você precisa abrir mão disso ou daquilo, meu ponto é apenas sugerir que você decida conscientemente e conviva bem com suas decisões. Porque, sério, ser mulher na polícia é buscar constantemente um tal de equilíbrio entre a culpa por ter saído e o arrependimento por ter ficado.
Pra fechar, leia e deixe-se inspirar por este trechinho do relato de vida da PhD brasileira, negra, filha de uma empregada doméstica e de um profissional de curtume, a qual, após vários episódios de superação, conquistou um convite para fazer o seu pós-doutorado na Universidade de Harvard, nos EUA, e mesmo com todo o preconceito ja´conquistou 56 prêmios na carreira.
"...minha mãe me levava com ela para o trabalho. Ela aproveitou que tinham jornais na casa da patroa e me ensinou a ler para eu ficar mais quieta. Tinha quatro anos e ficava o dia todo lendo. (...) um dia, a diretora da escola Sesi foi visitar a dona da casa e perguntou se eu estava vendo as fotos do jornal. Respondi que estava lendo. Ela se surpreendeu, me pediu para ler um pedaço e eu li perfeitamente. Coincidentemente, era começo de fevereiro e ela sugeriu, que eu fosse uns dias na escola. Se eu conseguisse acompanhar, a vaga seria minha. Deu certo e com 14 anos eu já terminava o ensino médio. (...) As armas mais poderosas que temos para vencer na vida são a educação e o estudo".
Aí... é disso que eu tô falando!