sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Dias de treinamento.






Imagine que você está viajando em missão e o telefone toca. Após breves instantes de hesitação, você decide atender mesmo sem conhecer o número e... voilá! Era o cara que havia feito aquele convite pra você trabalhar com eles. Você vibra de felicidade porque tem muito interesse nisso sim. Entende que aquela ligação poderá te deixar a apenas alguns passos do auge da sua carreira policial. Você confirma que seu interesse é para atuar na ponta da lança. Porque às vezes eles também têm interesse em policiais que dominem áreas de computação, análise de inteligência, etc. Você quer apenas continuar fazendo o que gosta num nível acima.

Ele confirmou que o interesse deles é que você realmente atue na área operacional, mas que é preciso antes se submeter a alguns testes, entrevista e tal. Ele pediu um currículo atualizado com seus dados e você sabe que eles farão alguns levantamentos de inteligência sobre você. Ser testada é uma coisa que te dá barato. 

Após desligar o telefone você questiona por alguns instantes se dessa vez vai dar certo mesmo, mas tinha alguma coisa no jeito como ele falava ao telefone que te diz que agora é pra valer. Ele te quer mesmo sendo você apenas uma reles marrentinha sem muita verve de autoridade, mas que ele viu desenrolando com desenvoltura as paradas em inglês junto aos Noruegueses aflitos. 

Tinha uma coisa meio paternal na voz dele. Mas também pode ser seu subconsciente querendo afastar aquela impressão de que ele estava apenas te paquerando enquanto te olhava trabalhar naquele dia. Um gato daqueles te dando bola, hein!? Mas essa teoria já foi patenteada pelo delegado seu chefe, pra quem está claro que um convite desses não seria, digamos assim, exatamente por conta da sua competência profissional. Nessa hora você quer mandar um beijinho no ombro pra ele, mas coldrea, afinal sua liberação depende de sua boa vontade e sigilo, senão mandam um DeMO no seu lugar (delegado metido a operacional).

Imagina...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Que fase é essa, minha gente?



Às vezes sinto que a minha carreira policial está muito acelerada. Essa história de eu chefiar operações... Sou nova demais, amigos, muito inexperiente pra esse tipo de coisa. Aí, hoje, fiz as contas e descobri que tenho sete convites recém recebidos: três são pra trabalhar fora da polícia, os outros quatro são pra trabalhar em áreas mais ou menos interessantes aqui dentro mesmo. E eu procurando as câmeras pra ver se não era nenhuma pegadinha.

Estranho, pois são coisas que só vejo acontecer com policiais que estão no final de carreira. Roger Murtaugh saiu da Polícia por conta de um convite. Jack Bauer e o Guerreiro idem e vários outros colegas que trabalhavam com o Jack.  Tentando avaliar direito como isso tudo foi simplesmente acontecendo... Incapaz de entender. De qualquer forma sinto-me feliz por ver meu nome na mesma frase que qualquer um desses outros policiais acima citados.

Espera, na verdade eu não deveria considerar aquele primeiro convite simpático que cruzou meu caminho. Aquele pra trabalhar no exterior, porque né. Ninguém falou mais nada sobre o assunto. Embora eu tenha ficado super empolgada, sinto que não vai dar em nada mesmo.

Também não deveria levar em conta aquele convite pra voltar pra delegacia onde tudo começou. É porque um chefe novo (muito amigo do Guerreiro) assumiu uma área que sempre me interessou. Mas diante de tantas propostas aquilo já não me interessa mais. Tenho a impressão que voltar pra lá seria regredir na carreira. Mas foi um convite.

Tá, teve também um desses convites que não chegou a ser um convite, porque o pessoal só disse que seria muito interessante se eu trabalhasse com eles, sabe? Não chegaram e disseram exatamente "Vem trabalhar com a gente, Novinha". Mas eu sei que se eu quisesse mesmo trabalhar lá seria legal. Seria muito, muito interessante.

Veja bem, é que também tem esse um outro convite aqui que não vale a pena considerar, porque zero intenções de trabalhar na área burocrática. Agora não! Mesmoooo. Mas vai que amanhã eu pense diferente... Deixa aqui.

E teve também um outro convite que não sei se deveria realmente levar a sério. Sabe por que? Porque o chefão só me chamou porque eu fui fazer uma discreta sondagem com ele sobre um outro convite recebido. "Se eu soubesse que você estava querendo sair do seu setor eu teria chamado você pra trabalhar aqui comigo". Humm. Qual foi o objetivo dele ao dizer isso, amigos?

Mas, chega. Não vou ficar desconsiderando todos os sete convitinhos que recebi, porque independente de qualquer coisa, eu só queria compartilhar que a sensação foi muito boa e isso, por si só já vale a postagem. 

Agora, tem um convite aqui, minha gente, que eu toparia até pra ganhar menos. Sem demagogia! Vamos supor que eu reserve os últimos cinco anos de minha carreira policial pra juntar um dinheiro para minha aposentadoria, porque agora, não vou me preocupar com isso, não. Só consigo pensar que eu quero mesmo é continuar curtindo a vida policial à enésima potência. E lá eu sei que a diversão é garantida.

Se eu passar nos testes, claro.