Chegou um novinho com cara de maluco transferido aqui para a minha delegacia alguns meses atrás. Um cara genuinamente muito engraçado. Fizemos amizade e ele logo ganhou minha confiança. Com o tempo acho que percebeu o que vinha acontecendo entre mim e aquela mulher que inferniza a minha vida nesta delegacia. Sendo que isso já está beirando níveis insuportáveis. Outro dia viajamos a serviço. Não acreditei que com tanta mulher na missão iriam me colocar no mesmo quarto que essa criatura. O jeito foi deixar minha bagagem lá e desaparecer do GPS dela. Cheguei de madrugada e a figurinha queria o "relatório" completo, sabe como? Onde eu estava, com quem, por que... Olha, essa mulher precisa urgentemente de um namorado e desde quando isso é problema meu? Voltemos ao Novinho Maluco. Não é que o sujeito virou amigo dela? Até aí, tudo bem... O problema é que do nada, repito com todas as letras, DO NADA, ele resolveu parar de falar comigo. Cansei de perguntar pra ele o que aconteceu. Cansei de ligar pedindo uma explicação. Até que ele me falou de uma forma muito ríspida que não quer que eu lhe dirija a palavra (Transtorno de Personalidade Limítrofe, de Personalidade Bipolar, Psicopatia ou o quê?). Na hora me deu muita vontade de mandar os dois para o inferno conscientes de como suas passagens foram pagas. Contudo só pude dizer, reticentemente: "Ah, então tá. Tudo bem.". O que eu queria muito mesmo, era não estar nem aí pra isso. Mas meu lado piegas me obriga a confessar mediante tortura que, de noite, lá em casa, me aninhei no colinho Dele e chorei copiosamente, mergulhada em profundas lamentações, tentando sem sucesso entender por que essas coisas acontecem comigo.
ATÉ QUANDO?
Há 5 anos